FOTO: ALÊ BASTOS/MANDATO FÁBIO FELIX
Na tarde desta terça-feira (3), o deputado distrital Fábio Felix (PSOL) subiu à tribuna da Câmara Legislativa do DF para anunciar a obstrução da pauta legislativa pelo bloco PSOL-PSB em apoio à greve dos professores da rede pública. Em um discurso firme, o parlamentar acusou o governo Ibaneis de negligenciar a educação e se recusar a negociar com a categoria.
“A culpa da greve não é dos professores. A culpa é de quem não teve coragem de sentar à mesa e apresentar uma proposta concreta para melhorar as condições da nossa educação. Com esse salário, não dá”, declarou Fábio Felix, lembrando que a média salarial da categoria é de R$ 5.700, mesmo com professores altamente qualificados, muitos com mestrado e doutorado.
Durante a fala, o deputado reforçou que a educação pública é a maior política de transformação social do país e que o atual cenário de paralisação é reflexo do descaso do governo Ibaneis Rocha. Ele criticou a postura do Executivo de judicializar a greve com pedidos de multas milionárias, classificando a medida como “abusiva” e incoerente com o histórico do próprio governador.
“Ibaneis foi advogado de servidores públicos. Hoje, esqueceu todas as teses jurídicas que um dia defendeu. Agora no Buriti, prefere perseguir professor e atacar o direito constitucional à greve.”
Fábio Felix também destacou o papel central dos educadores na manutenção da escola pública e lamentou que, além da desvalorização salarial, professores ainda enfrentem perseguições políticas e ideológicas.
“Tudo recai nas costas dos nossos educadores. São eles que fazem os projetos, que acolhem, que ensinam. Mas também são os primeiros a serem atacados. Isso tem que parar.”
Ao final do discurso, o deputado fez um apelo aos demais parlamentares da Casa:
“Nós temos que parar os trabalhos da Câmara até que o governo apresente uma proposta. Essa luta não é de esquerda ou de direita. A escola pública é do povo do DF. E hoje, o nosso lado é o lado dos professores em greve.”
O bloco PSOL-PSB está em obstrução desde terça-feira e, segundo o parlamentar, a medida seguirá enquanto o GDF não abrir negociação real com a categoria.