FOTO: ALÊ BASTOS/MANDATO FÁBIO FELIX
Na tarde desta terça-feira (8), o deputado distrital Fábio Felix (PSOL) usou a tribuna da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para fazer duras críticas à falta de transparência na aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). O parlamentar defendeu que a operação, avaliada em R$ 2 bilhões, seja submetida à análise da CLDF e cobrou explicações mais detalhadas da diretoria do BRB.
“O que ficou da nossa reunião às portas fechadas com o presidente do BRB foram perguntas e mais perguntas”, disse Felix. Segundo ele, a reunião realizada com parlamentares na segunda-feira (7) gerou mais dúvidas do que esclarecimentos, especialmente pelo fato de ter ocorrido sem a presença de assessores e sem o envio dos documentos completos à Casa.
Durante o discurso, Fábio Felix levantou uma série de questionamentos sobre os ativos excluídos da transação — cerca de R$ 23 bilhões — e o impacto potencial deles sobre a saúde financeira do BRB. “Como o Banco Master vai lidar com esses ativos de alto risco e baixa liquidez? E como isso pode acabar afetando o BRB de forma indireta?”, indagou.
O deputado também destacou que a operação não prevê o controle efetivo do Banco Master pelo BRB, uma vez que o banco público comprará apenas 58,6% das ações, sem deter a maioria das ações ordinárias. “Será que o ‘voto afirmativo’ que o presidente do BRB mencionou é suficiente para garantir o controle e a defesa dos interesses do banco público?”, questionou.
Felix afirmou ainda que a transação não consta no plano de negócios do BRB e que não há previsão legal clara que permita ao banco realizar esse tipo de operação sem o aval da CLDF. Para ele, a Câmara deve exigir sua prerrogativa de fiscalizar e deliberar sobre o tema. “Esse é o banco da cidade, é patrimônio público. Não é só a oposição que deve fazer perguntas, é dever de todos os deputados.”
Ao final, o parlamentar sugeriu uma ação conjunta de todos os distritais para questionar juridicamente a legalidade da aquisição e reforçou o compromisso de seu mandato com a fiscalização do processo. “Vamos até às últimas consequências. A população merece saber o que está sendo feito com o banco público da nossa cidade.”