CPI dos Atos Golpistas ouve ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal

A CPI dos Atos Golpistas ouviu, nesta quinta-feira (11), o Coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Fábio Augusto Vieira, que é ex-comandante da corporação e chegou a ser preso após os atos terroristas em Brasília no dia 8 de janeiro.

A CPI dos Atos Golpistas ouviu, nesta quinta-feira (11), o Coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Fábio Augusto Vieira, que é ex-comandante da corporação e chegou a ser preso após os atos terroristas em Brasília no dia 8 de janeiro.

Fábio Felix (PSOL-DF), um dos parlamentares integrantes da CPI, perguntou ao depoente como ele avaliava o histórico das manifestações bolsonaristas, quando ele ainda ocupava o cargo de Subsecretário de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF)

“Como eram feitos os acordos? Como era a dinâmica dessas manifestações? Porque a impressão que eu tinha é de que a SSP tinha dificuldade em organizar isso, o senhor concorda?”, questionou o deputado.

O Coronel afirmou que a falta de uma liderança do movimento dificultava o diálogo, pois os manifestantes golpistas divergiam entre eles próprios. “Além disso, quando o protesto é protocolado, conseguimos identificar os responsáveis pela organização, mas em relação à eles a gente ficava sabendo pelas redes sociais, então não tinha uma pessoa específica com quem podíamos dialogar”.

Em seguida, Fábio Felix citou o fato de que, já então comandante da PMDF, Fábio Augusto teria tentando trocar alguns integrantes da sua equipe, mas foi impedido.

“Quando eu assumi o comando, lógico que não ia trocar a equipe inteira, mas eu entendi naquele momento que o perfil que eu gostaria para o departamento de operações era de uma outra pessoa, e nessa mesma época já havia uma solicitação de exoneração a pedido do próprio Naime, o que eu fiz foi concordar. Depois o secretário disse que ele havia desistido e iria permanecer no cargo, no Departamento de Operações Especiais (DOPE), e eu não consegui efetuar a troca”, explicou o Coronel Fábio Augusto.

Sobre o acampamento golpista instalado no QG do Exército, o Coronel afirmou que por diversas vezes tentaram desmobilizá-lo, mas foram impedidos pelos militares. “No dia 29/12 chegamos a mobilizar cerca de 500 homens, porque havia uma preocupação após os atos terroristas do dia 12 e também por conta da posse, mas a operação foi cancelada pelo Comandante Geral do Planalto, General Dutra, alegando que eles mesmos desocupariam o local”, relatou o Coronel.

Sobre o dia 8 de janeiro, Fábio Augusto disse que houve uma confusão no setor de inteligência. “Após o Plano de Ações Integradas (PAI) elaborado para o dia 8, deveria ter sido elaborado um plano operacional, pelo DOPE, o que não foi feito. É isso que detalha a operação, sem esse detalhamento não dá pra saber exatamente onde cada policial vai trabalhar, a falta desse plano operacional para o dia 8 foi um erro”. “Um erro grave”, acrescentou Fábio Felix

O depoente finalizou afirmando o que outros inquiridos já expuseram em outras oitivas: após a depredação dos Três Poderes, momento em que a PM tentou realizar prisões, o exército, sob comando do General Dutra e do General Arruda, impediu a atuação dos policiais.

A sessão de hoje aprovou também o requerimento de autoria do deputado Fábio Felix que convoca o militar, Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, para prestar depoimento a respeito dos fatos ocorridos nos dias 12 de dezembro de 2021 e 8 de janeiro de 2022.

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