Foto: Carolina Curi/Agência CLDF
Durante sessão na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na tarde da quarta-feira (4/5), o deputado distrital Fábio Felix (PSOL) reagiu com veemência aos ataques feitos por parlamentares de extrema-direita contra os professores da rede pública em greve, que acompanhavam os trabalhos da galeria. Em sua fala, Felix denunciou uma estratégia de desqualificação do movimento e acusou setores conservadores de distorcerem o debate para blindar o governador Ibaneis Rocha e a vice-governadora Celina Leão.
“A extrema-direita quer partidarizar a greve para não falar do contracheque dos professores”, afirmou o parlamentar. Segundo ele, essa retórica tem sido usada para fugir da discussão real: a desvalorização dos profissionais da educação e a precariedade das condições de trabalho nas escolas do Distrito Federal.
Antes do início da sessão plenária, professores realizaram uma manifestação em frente à Câmara Legislativa cobrando o apoio dos deputados distritais à paralisação da categoria. Felix se encontrou com um grupo de educadores e reafirmou seu apoio à reinvindicação dos grevistas.
No plenário, o deputado ressaltou que os ataques ao movimento grevista têm o objetivo de esvaziar o debate sobre as reivindicações dos educadores. “Há uma estratégia de alguns setores da direita e da extrema-direita de partidarizar ou politizar a greve para se camuflar e não se posicionar em relação à educação pública”, disse.
Para o deputado, a tentativa de transformar a greve em uma disputa ideológica busca, na verdade, proteger o governo. “Eles vêm à tribuna para partidarizar a greve, para, com isso, blindar o governador Ibaneis e a vice-governadora Celina Leão. Eles sabem que o contracheque do professor não é bom, que é preciso reestruturação, mas preferem mudar de assunto.”
Fábio Felix ainda criticou declarações de colegas parlamentares que, segundo ele, lançaram mão de discursos preconceituosos para atacar educadores. “Teve um parlamentar que disse que os professores ficam estimulando as orientações sexuais. Eu sou um parlamentar abertamente LGBT nessa casa, com muito orgulho da minha orientação sexual. Infelizmente, a escola ainda tem muitos problemas, e a nossa sociedade é extremamente discriminatória.”
Para o deputado, a luta dos professores vai além de questões salariais e diz respeito à garantia de uma educação pública de qualidade, com respeito à diversidade e aos direitos humanos. “A escola pública não é pra esquerda, nem pra direita. A escola pública é para crianças e adolescentes do Distrito Federal.”
Felix finalizou sua fala reafirmando apoio ao movimento grevista e responsabilizando o governo Ibaneis pelo impasse. “A culpa da greve não é de sindicato, não é de professor. A culpa da greve é do governador Ibaneis Rocha. Essa categoria vai dar um grande recado para o governo do DF. Contem com a gente nessa luta até o fim.