Segurança da população trans em pauta na CLDF

O papel da segurança pública no combate à transfobia foi tema de audiência pública promovida pelo Gabinete 24

Ontem (6), o Distrito Federal ganhou as manchetes nacionais em mais um caso de transfobia, quando duas mulheres foram expulsas de um carro da Uber assim que o motorista percebeu que eram transexuais. O condutor chegou a agredí-las, quando percebeu que elas filmavam a ação, e as retirou do veículo. O episódio reforça a necessidade do debate acerca da segurança das pessoas trans.

Audiência Pública: O papel da segurança pública no combate à transfobia
Audiência Pública: O papel da segurança pública no combate à transfobia

Com o objetivo de promover o avanço das políticas públicas nessa temática, a Câmara Legislativa sediou na manhã de hoje (7) importante debate. O encontro foi promovido pelo deputado Distrital Fábio Felix.

“Essa audiência pública é um espaço de debate para manutenção e garantia dos direitos da população trans. Uma sociedade adoecida, que invisibiliza um segmento tão marginalizado, precisa enfrentar toda forma de violência e transfobia. Defender a dignidade das pessoas trans é defender a vida”, defendeu o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, deputado Fábio Felix, na abertura da audiência pública.

“Defender a dignidade das pessoas trans é defender a vida”, afirma distrital Fábio Felix

A delegada Cyntia Cristina, da Decrin (Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência), defendeu uma política de proteção por parte do estado, além de um trabalho preventivo forte. “Nosso maior desafio é divulgar a existência da discriminação e saber como agir em casos concretos. Criamos na Decrin um procedimento padrão para regulamentar, junto à polícia civil, a decisão do STF de criminalizar a LGBTfobia”, afirmou.

Érika e Melissa, vítimas de transfobia pelo motorista de aplicativo, se emocionaram ao relatar a dupla discriminação da qual foram vítimas quando procuraram atendimento na 1ª DP: “O tempo todo nos trataram com nosso nome de batismo, questionaram se demos motivos, se nos beijamos ou nos acariciamos dentro do carro. Não basta demitir, é preciso capacitar os empregados. Vamos buscar justiça!”, contaram.

Érika e Melissa, vítimas de transfobia, se emocionaram ao relatar a dupla discriminação da qual foram vítimas

Participantes relataram, ainda, a discriminação sofrida em órgãos e espaços públicos. A dificuldade de acesso aos banheiros e vestiários adequados para as identidade de gênero também foi destacada. “Vamos apresentar um Projeto de Lei que determine a instalação de placas e instruções contra a transfobia nesses espaços”, sinalizou o presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara Legislativa.