Arrecadação com exemplares de “UPP: A favela reduzida a três letras” será revertida para a família de Marielle; emocionado, deputado Fábio Felix disse que homenagem na CLDF foi a “Sessão do coração”.
“Eu me lembro bem do dia em que recebemos a notícia da execução de Marielle: eu estava saindo de uma reunião do PSOL, tão cheio de planos; de repente nos vimos sem chão, tentando achar forças para seguir e para lutar por justiça”, relembra emocionado o deputado Distrital e presidente da Comissão de Direitos Humanos da CLDF, Fábio Felix, na abertura da Sessão Solene em memória da ex-vereadora carioca. Mais cedo, o livro UPP: A favela reduzida a três letras foi lançado no foyer do Plenário da Casa. Todo o lucro das vendas será revertido para a família de Marielle Franco.

A advogada Deise Benedito e a professora Haydée Caruso participaram do lançamento do livro que é fruto da dissertação de mestrado da cientista política e ativista carioca. Deise destacou a luta de Marielle em defesa do povo negro e periférico. Para a especialista em gênero e em relações étnico-raciais, “Marielle deu visibilidade a questões pouco debatidas e importantíssimas para a compreensão das desigualdades no Brasil”. Haydée reforçou que a ex-vereadora tinha como objetivo mudar o paradigma de associar a pobreza à violência e ao crime. “Ela conhecia a vida nas favelas. Seu livro é fruto dessa vivência e da necessidade de rever as políticas públicas, sobretudo de segurança, destinadas a essas comunidades”. O evento também contou com a presença das deputadas Arlete Sampaio (PT-DF) e Júlia Lucy (Novo).
Sessão Solene em Memória de Marielle
Às 19h, foi realizada solenidade alusiva ao um ano dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Organizada por Fábio Felix, que presidiu a mesa, a Sessão Solene teve a presença de líderes da militância negra, do Movimento dos Trabalhadores sem Teto, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), além de professores, pesquisadores e representantes de entidades que atuam em prol dos Direitos Humanos. Os deputados Distritais petistas Arlete Sampaio e Chico Vigilante também fizeram questão de relembrar a luta da ativista e participaram da solenidade que aconteceu no Plenário da CLDF. A deputada Federal Erika Kokay (PT) também participou da homenagem.

“Reviver Marielle é buscar em nós a indignação para exigir quem mandou matá-la. Não é possível pensar em democracia assistindo passivamente ao que aconteceu com Marielle. Temos que lutar juntos!”, disse Arlete Sampaio. Neide Rafael, da Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal, destacou o perigo que os defensores de direitos correm no Brasil. “Quem tem liberdade e usa sua coragem para defender seus direitos poderá ter o mesmo destino de Marielle. Sua morte deu vida a todas as mulheres, em especial às mulheres negras”, alegou.
“Marielle era 10 mulheres em uma e representava as principais pautas do feminismo brasileiro. Ela se tornou uma semente. Quero lembrar da sua energia”, afirmou Jolúzia Batista, do CFEMEA. A cientista política Fábia Biroli arrematou: “Marielle foi uma potência de transformar um sistema que é violento em humano. Ela mostrou que é possível. Nosso lugar é o de valorização dos afetos”.
Durante a solenidade, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da CLDF cobrou respostas: “Hoje faz um ano da execução de Marielle e nós temos respostas incompletas. A nossa pergunta é: quem mandou matar? Que interesses estão por trás? A gente quer uma resposta que dê conta do que foi essa tragédia para o país”.
Lançamento da tese de mestrado de Marielle Lançamento da tese de mestrado de Marielle Lançamento da tese de mestrado de Marielle Sessão Solene em Memória de Marielle Sessão Solene em Memória de Marielle Sessão Solene em Memória de Marielle