Por um futebol sem homofobia
Bambis, florminenses tigresas, sereias… qual torcedor ou amante do futebol brasileiro já não escutou essas expressões por parte das torcidas adversárias como estratégia de desestabilização e provocação? O machismo e a LGBTfobia estão arraigados em nossa sociedade. Vivemos em uma cultura onde as mulheres e as pessoas LGBTI são tratadas como pessoas inferiores. Esses preconceitos estruturais estão refletidos em nossas leis, instituições e no futebol, infelizmente, não é diferente.
Há anos a FIFA impõe sanções aos clubes que não adotam medidas para enfrentar o racismo dentro e fora dos estádios. Se antes era comum ouvir gritos de “macaco” e presenciar torcedores jogando bananas no campo, atualmente poucas pessoas são covardes o suficiente para praticarem este tipo de discriminação racial. Agora a federação internacional atualizou seu protocolo contra atos discriminatórios e, pela primeira vez no Brasil, um juiz brasileiro parou uma partida de futebol até que os torcedores do Vasco parassem com as provocações e cânticos LGBTfóbicos.
Todos os vinte clubes que disputam o campeonato brasileiro promoveram uma campanha virtual contra a LGBTfobia e no último domingo, dia 1, os jogadores do Vasco entraram em campo empunhando uma faixa com os dizeres: “Homofobia é crime!”. Dizem que não existe discriminação contra LGBTs no futebol, que a inédita iniciativa de enfrentar a LGBTfobia no esporte mais amado pelos brasileiros acabaria com a “diversão e alegria” dos torcedores. Porém, quantos jogadores abertamente gays conhecemos? Quantos talentos já foram perdidos por que muitos de nós tivemos uma experiência dolorida ao jogar bola?
O esporte não deveria ser lugar para o preconceito! Que todos os times brasileiros se engajem na luta para fazer do futebol um espaço livre de qualquer tipo de discriminação.