Fábio Felix denuncia violência policial ao Ministério Público

O deputado Fábio Felix (PSOL-DF), presidente da Comissão de Direitos Humanos da CLDF, denunciou ao Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) possível excesso de força policial em uma abordagem que aconteceu nesta terça-feira, em Planaltina, contra um homem negro dentro de um ônibus.

Segundo imagens e relatos que chegaram à CDH, Fabrício da Silva foi violentamente retirado de um ônibus na altura de Arapoanga, em Planaltina. Nas imagens é possível ver a remoção forçada do rapaz por meio de um” mata leão”. Ainda segundo a denúncia, devido ao choque pelas violências físicas e emocionais que o cidadão sofreu, ele chegou a desmaiar no local.

Os agentes de segurança envolvidos justificaram que a ação foi motivada por uma denúncia de que o homem estaria armado, porém nada foi encontrado com ele. “Pedimos investigação rigorosa dessa abordagem. Fabrício demonstrou postura cooperativa ao repetidamente afirmar que desceria do ônibus. O tratamento violento a que ele foi submetido é intolerável”, declara Fábio Felix.

Fábio destaca, ainda, a “possível conduta discriminatória de cunho racista” por se tratar de um jovem negro. “É mais inaceitável ainda que isso aconteça no mês de novembro, data de luta antirracista. É urgente que a corporação realize uma reciclagem com formação voltada aos direitos humanos”, destaca o presidente da CDH.

O parlamentar também enviou à Corregedoria da Polícia Militar pedido de investigação dos quatro agentes envolvidos no caso.

Aumento das denúncias de Violência Policial

Segundo dados da Comissão de Direitos Humanos, em 2023 o número de denúncias de violência policial quase dobrou em relação ao ano passado. Até agora, 70 denúncias foram registradas, em 2022, o número foi de 40 denúncias ao todo.

Para Fábio Felix houve uma naturalização dessa violência por parte do estado, uma vez que não são casos isolados.

“A instituição precisa tomar medidas concretas para coibir essa truculência. Em junho realizamos audiência pública para discutir o uso de câmeras corporais no uniformes dos policiais, um projeto de minha autoria, e a PM garantiu que até o final deste ano 2 mil câmeras seriam adquiridas, mas mês passado fomos surpreendidos com a notícia de que a licitação para a compra desse material foi suspensa. Questionamos o porquê dessa suspensão, uma vez que o uso dessas câmeras protegem o cidadão e também o bom policial que age conforme as normas da corporação”.