Veto à Praça Marielle é puramente ideológico
Nota do Bloco Democracia e Resistência (PT/PSOL)
A justificativa do governador Ibaneis Rocha para vetar a criação de uma praça com o nome de Marielle Franco em Brasília não convenceu. Arbitrária por princípio, a decisão do governador não conseguiu apontar critérios legais ou técnicos que justifiquem a negativa. Brasília possui a tradição de condecorar personalidades de outras unidades da federação. E não poderia ser diferente; afinal de contas, estamos falando da capital do País. “À Brasília e às lutas de Marielle Franco não cabem barreiras regionais”, diz o título de uma nota divulgada pelo Fórum Br Cidades, coletivo que se destaca nacionalmente no debate sobre espaço urbano e direito à cidade.
Com a decisão de Ibaneis, Brasília se apequena diante de dezenas de cidades em todo o mundo que reconhecem a importância do legado de Marielle Franco na luta por direitos humanos. Mais de 150 lugares do mundo hoje carregam o nome da ex-vereadora carioca. Florença, Paris, Nova Iorque e Lisboa, entre outras capitais e grandes metrópoles mundiais, batizaram suas praças, jardins, ruas e avenidas com o título que a capital do Brasil hoje renega por motivações meramente ideológicas.
O assassinato de Marielle é um grave atentado à democracia brasileira; uma ferida aberta no coração do Brasil, cuja Justiça até hoje não foi capaz de dar desfecho para uma execução claramente política. A pergunta “quem mandou matar Marielle” segue ecoando e sem respostas. Homenageá-la significa fazer valer a luta e o legado de todos aqueles que perderam suas vidas defendendo os direitos humanos do Brasil. O veto de Ibaneis tem clara intenção e destinatários. Trata-se de um aceno aos conservadores; um veto meramente ideológico e populista, feito para agradar quem persegue defensores de direitos humanos e despreza as garantias democráticas.
Deputados Distritais Fabio Felix (PSOL); Arlete Sampaio (PT) e Chico Vigilante (PT)