Em defesa da vida de todas as crianças

Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos; Kauê Ribeiro dos Santos, de 12 anos; Kauã Rozário, de 12 anos; Kauan Peixoto, de 12 anos e Jenifer Cilene Gomes, de 11 anos.

As vidas dessas cinco crianças negras foram brutalmente interrompidas este ano nas comunidades do Rio de Janeiro. Ao todo, dezesseis crianças já foram alvo da violência armada. Todas vítimas de um Estado genocida, que utiliza a violenta repressão policial para continuar com uma política fracassada de guerra às drogas.

Uma criança ou adolescente morre a cada hora no Brasil em decorrência de ferimentos por arma de fogo. Um aumento de 113,7% ao longo dos últimos vinte anos. O extermínio da população de crianças e adolescentes é muito maior entre indivíduos de cor preta ou parda. É uma política perversa que criminaliza a pobreza e naturaliza o extermínio dos mais desfavorecidos.  E esse fenômeno de violência só tende a se agravar com o desmonte das políticas voltadas para esta população em todo o país.

Em nível nacional, o governo Bolsonaro está retirando recursos da política nacional de atendimento aos direitos da infância e juventude. O esvaziamento do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente agravará esse quadro de violência contra crianças e adolescentes em todo o Brasil.Aqui no Distrito Federal, o enfraquecimento da rede de proteção  também é preocupante. A extinção da Secretaria da Criança e do Adolescente também é um grave retrocesso para as políticas locais.

É urgente que lutemos para priorizar o fortalecimento da garantia de direitos para a infância e juventude. Precisamos enfrentar essa lógica de ausência do Estado que só aparece para punir as gerações que serão o futuro do nosso país. Prevenção é o caminho!

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Em defesa de todas as crianças