Com o objetivo de revogar o aumento de 10% nas tarifas do transporte público, a Câmara Legislativa instituiu um grupo de trabalho que tem a tarefa de debater o tema e encontrar alternativas. Ontem (15) foram ouvidos coletivos — como Movimento Passe Livre (MPL) e associações de estudantes — e representantes da sociedade civil. Hoje (16) foi a vez de técnicos da Secretaria de Transporte e Mobilidade prestarem esclarecimentos sobre o reajuste implementado essa semana. O secretário Valter Casimiro não compareceu ao encontro agendado com os parlamentares. 

A oposição tem atuado em diferentes frentes para impedir a continuidade do aumento, considerado abusivo pelos parlamentares. Fábio Felix (PSOL) protocolou um Projeto de Decreto Legislativo com a finalidade de revogar o Decreto Governamental que permitiu o reajuste de 10% no preço do ônibus e do Metrô. O autor da medida e os outros parlamentares signatários do documento – Arlete Sampaio (PT); Chico Vigilante (PT); Leandro Grass (Rede) e Reginaldo Veras (PDT) – também solicitaram a convocação de uma sessão extraordinária para que o tema seja discutido ainda em janeiro. 

Ao reduzir valores do IPVA e, no mês seguinte, aumentar as tarifas do transporte público, o governo Ibaneis está dando um claro recado para a sociedade: não pensa nos trabalhadores e nas pessoas mais pobres, que só possuem essa alternativa de locomoção. Além disso, o governador caminha na contramão de tudo que é praticado nos países que são referência em mobilidade urbana. Este é o governo que só pensa nos empresários e que não trabalha por uma cidade inteligente e acessível. 

Reunião sobre a tarifa de transporte público no DF. Foto: Alexandre A. Bastos

Os parlamentares da oposição também judicializaram o aumento das tarifas. Os distritais pediram o cancelamento imediato do reajuste de 10% e alegaram que o “aumento da tarifa de transporte, além de penalizar toda a população do Distrito Federal, em especial os trabalhadores mais humildes que dependem do transporte público coletivo, também está maculado de vícios”, diz a Ação Popular enviada à justiça

Bruno Zaidan participou das duas reuniões representando os estudantes universitários. Na visão do aluno da Universidade de Brasília, “não existe no Distrito Federal um projeto de mobilidade urbana que privilegie os estudantes e nem a população mais vulnerável. Apenas os empresário são beneficiados e não entregam, em contrapartida, um transporte de qualidade para a população”.  Ficou acertada uma próxima reunião para terça-feira (21), dessa vez com a presença do secretário de Mobilidade. O objetivo é decidir sobre a convocação ou não de sessão extraordinária para votar o PDL da oposição, além de ouvir o gestor da pasta de transporte do Governo do Distrito Federal.