O secretário de Saúde do DF resolveu dar as caras após duas semanas sem dar entrevistas coletivas sobre a situação do coronavírus no DF, que se agrava a cada dia mais. Mais de 1,4 mil pessoas já morreram e passamos dos 102 mil casos, com mais 1.500 registros só nas últimas 24 horas.

Em entrevista publicada nesta quinta-feira, 30, para o jornal Correio Braziliense, o secretário Francisco Araújo Filho disse que a situação está preocupante. Uma análise bem diferente feita pelo governador Ibaneis no início de julho, que previu que a curva da pandemia no DF começaria a cair a partir último dia 15.

A queda da incidência da pandemia não apenas não caiu como subiu nas últimas duas semanas. Será por isso que o secretário de Saúde estava sumido? As previsões usadas pelo governo para justificar a reabertura das atividades econômicas se mostraram equivocadas e agora o GDF quer convencer a população que já fez tudo que estava a seu alcance.

Quando questionado sobre a possibilidade de voltar a fechar o comércio, o secretário tirou o corpo fora e colocou no colo da população a responsabilidade de salvar suas própria vidas. É um crime jogar os cidadãos à própria sorte, sobretudo quem mora nas regiões periferias e que mais precisa de apoio do Estado para sobreviver a essa crise sanitária.

Ao contrário do que diz o secretário, o GDF não fez todos os esforços necessários para enfrentar essa pandemia. A taxa de ocupação dos leitos de UTI já passou de 90%, tanto dos dos hospitais públicos como da rede privada. O hospital de campanha em Ceilândia, que foi prometido em maio, por enquanto está só na promessa. Profissionais que estão na linha de frente estão adoecendo com a sobrecarga de trabalho porque o governo não contrata pessoal suficiente para dar conta da alta demanda provocada pela flexibilização do distanciamento social.

O governador do DF e seu secretário de Saúde nos abandonaram no pior momento de enfrentamento à COVID-19. A resposta tem que ser coletiva e não individual. É urgente que Ibaneis mude de postura e acabe com o caos em que nos encontramos.